"Liberdade não é a ausencia de compromissos, mas a capacidade de escolher sua tarefa"

terça-feira, 31 de maio de 2016

A cultura do estupro


O que um pequeno e pobre país como a Bósnia, pode ensinar ao Brasil sobre a cultura de estupro.


Cerca de 60 mil mulheres foram violentadas em campos de estupro na guerra na Bósnia, nos anos 90. O país tem algo a ensinar sobre como lidar com o assunto.




Primeiras atitudes muitas e muitas vezes tomadas ao longo da história ao se conquistar uma cidade em uma batalha: matar os homens em idade de combate, escravizar velhos, crianças e mulheres em idade útil de trabalho, pilhar as riquezas e estuprar aos montes. Justamente por ser um clichê de guerra, o estupro é algo muito mais ligado à demonstração de poder e humilhação do que à satisfação de necessidades carnais mal administradas. O guerreiro de um império expansionista não estupra a camponesa de uma aldeia recém-devastada porque está, necessariamente, na seca há muito tempo, mas porque precisa mostrar quem é que manda. Na guerra, estupro é arma para conseguir informação, para torturar, para se impor. 

Alguns povos sofreram especialmente com isso. É o caso da Bósnia. País com área equivalente à do Rio Grande do Norte (51 mil quilômetros quadrados), população do Espírito Santo (3,8 milhões) e IDH um pouco inferior ao do Brasil (0,75 x 0,73), a Bósnia é o país europeu mais comumente associado a conflitos armados. Falou “Bósnia”, pensou “guerra” – e não é à toa. Ponto de partida da Primeira Guerra Mundial, em 1914, ela foi o epicentro de um conflito com ampla cobertura midiática 80 anos depois, quando as repúblicas que constituíam a antiga Iugoslávia enfrentaram uma traumática separação. Séculos de ocupação otomana, décadas de domínio austro-húngaro e significativas populações croatas e sérvias fizeram da Bósnia um dos país mais multiculturais da Europa. Mas se diversidade é uma coisa bonita de se ver em tempos de paz, ela pode ser uma bomba-relógio se o clima esquenta.

CAMPOS DE ESTUPRO

Grupos bósnios pró-Sérvia (cristãos ortodoxos, historicamente ligados à Rússia) se engalfinharam com os bósnios muçulmanos e com grupos bósnios pró-Croácia (cristãos católicos, do time do Ocidente). Cada qual lutando por seu naco, com os muçulmanos no meio e a Croácia e Sérvia nas bordas. Croatas e muçulmanos se aliaram em determinado momento, mas, entre 1992 e 1995, o país foi destroçado por ambos os lados, a região teve algo entre 100 e 200 mil mortos e 2,5 milhões de refugiados.

Os campos de estupro foram uma marca do conflito. Todas as partes cometeram violência sexual, mas nenhum com mais afinco que os bósnio-sérvios contra as muçulmanas. Estima-se que até 60 mil mulheres foram estupradas, em um claro comportamento de limpeza étnica. Muitas que engravidavam eram forçadas a ter os filhos e “povoar essa terra sérvia, que deve ser habitada somente por sérvios”. Estupravam mulheres à luz do dia, na rua ou em suas casas, na frente dos maridos e filhos, que ficavam na mira do revólver. 

Parques que circundavam a capital bósnia foram transformados em cemitérios. Parques que circundavam a capital bósnia foram transformados em cemitérios. 


Os relatos, horrendos, são numerosos. Jasmina tinha 19 anos e sonhava em ser economista. E então os sérvios chegaram a sua cidade, Bijeljina, nordeste da Bósnia: “Minha mãe simplesmente desapareceu. Nunca soube o que aconteceu. Então começaram a me torturar. Perdi a consciência. Quando acordei, estava nua e coberta de sangue, e minha cunhada também, nua, coberta de sangue. Sabia que fui estuprada, assim como ela.”

Frequentemente, essas mulheres eram abandonadas pelos maridos (ou elas mesmas deixavam o lar, por sentir vergonha e humilhação). A guerra acaba, mas o trauma persiste. Muitas eram forçadas a voltar ao mesmo bairro habitado por aqueles que a violentaram.

Muito do que essas pessoas passaram veio a público, chocando o mundo. O tribunal internacional que julgou os atos da Guerra da Iugoslávia foi o primeiro a considerar o estupro um crime contra humanidade. Mas, lá, assim como aqui, o processo é lento. Muitas mulheres já estão perdendo as esperanças de ver a justiça feita. Apenas poucas dezenas de casos foram julgados até hoje.

O projeto Women Under Siege, que investiga como a violência sexual foi (e é) arma de genocídios ao redor do mundo, relata que a guerra nos Bálcãs fez algo bom: florescer um raro comportamento de compaixão e inclusão. A peneira machista sobre o sol de quem vê culpa em quem é apenas vítima perdeu força. Durante a guerra, imãs e outros líderes muçulmanos encorajavam os homens a receber e amparar suas esposas, filhas, mães e irmãs estupradas. Paralelamente, grupos feministas se organizaram e ganharam força logo após o fim do conflito de um modo pouco visto em outros lugares.

Não que a Bósnia seja um lugar igualitário, uma Islândia balcânica. Bem longe. O país sofre até hoje as consequências da barbárie, ainda é governado por um comitê internacional, tem uma estrutura política frágil e corrupta e uma burocracia que faz qualquer cartório brasileiro se inflar de orgulho. Especialistas ainda se questionam se ela é um país viável no futuro.

Mas os bósnios fizeram o que poucos tiveram coragem: reconheceram. Todo homem é um potencial estuprador. É o primeiro passo. Encararam o estupro como um problema da sociedade inteira e estão tentando resolvê-lo.

Em cidades onde croatas protagonizaram atrocidades, como Mostar, alguns prédios permanecem destruídos. 

PS.: “ah, mas foi uma guerra, nem dá pra comparar, o Brasil não é assim…” etc.

Nós temos um caso de estupro a cada 11 minutos. Se entrássemos em guerra civil, isso por acaso diminuiria?

 Por Felipe Van Deursen

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Filhos são como navios...






Ao olharmos um navio no porto, imaginamos que ele esteja em seu lugar mais seguro, protegido por uma forte âncora.Mal sabemos que ali está em preparação, abastecimento e provisão para se lançar ao mar, destino para o qual foi criado, indo ao encontro das próprias aventuras e riscos.
Dependendo do que a força da natureza reserva para ele, poderá ter de desviar da rota, traçar outros caminhos ou procurar outros portos.Certamente retornará fortalecido pelo aprendizado adquirido, mais enriquecido pelas diferentes culturas percorridas.E haverá muita gente no porto, feliz à sua espera.Assim são os FILHOS.Estes têm nos PAIS o seu porto seguro até que se tornem independentes.
Por mais segurança, sentimentos de preservação e de manutenção que possam sentir junto dos seus pais, eles nasceram para singrar os mares da vida, correr os próprios riscos e viver as próprias aventuras.
Certos de que levarão os exemplos dos pais, o que eles aprenderam e os conhecimentos da escola – mas a principal provisão, além da material, estará no interior de cada um:A CAPACIDADE DE SER FELIZ.
Sabemos, no entanto, que não existe felicidade pronta, algo que se guarda num esconderijo para ser doada, transmitida a alguém.O lugar mais seguro em que o navio pode estar é o porto. Mas ele não foi feito para permanecer ali.Os pais também pensam ser o porto seguro dos filhos, mas não podem se esquecer do dever de prepará-los para navegar mar adentro e encontrar o próprio lugar, onde se sintam seguros, certos de que deverão ser, em outro tempo, esse porto para outros seres.Ninguém pode traçar o destino dos filhos, mas deve estar consciente de que, na bagagem, eles devem levar VALORES herdados, como HUMILDADE, HUMANIDADE, HONESTIDADE, DISCIPLINA, GRATIDÃO E GENEROSIDADE.Filhos nascem dos pais, mas devem se tornar CIDADÃOS DO MUNDO.
Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles.A FELICIDADE CONSISTE EM TER UM IDEAL E NA CERTEZA DE ESTAR DANDO PASSOS FIRMES NO CAMINHO DA BUSCA.Os pais não devem seguir os passos dos filhos, e nem devem estes descansar no que os pais conquistaram.
Devem os filhos seguir de onde os pais chegaram, de seu porto, e, como os navios, partir para as próprias conquistas e aventuras.Mas, para isso, precisam ser preparados e amados, na certeza de que
“QUEM AMA EDUCA”.
“COMO É DIFÍCIL SOLTAR AS AMARRAS”

"Os pais podem querer o sorriso dos filhos, mas não podem sorrir por eles. Podem desejar e contribuir para a felicidade dos filhos, mas não podem ser felizes por eles."






Içami Tiba

terça-feira, 24 de maio de 2016

Santa Sara Kali

Santa Sara Kali, a cigana escrava que venceu os mares com sua fé. 
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem previsões.
Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Até então, Sara retira seu diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem, ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit- Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer, no Sul da França. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Suas histórias e milagres a fez Padroeira Universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio. Segundo o livro oráculo "Lilá Romai Cartas Ciganas" (o único escrito por uma cigana), de Miriam Stanescon, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali, a tradição de toda mulher cigana casada, usar um lenço, tornando a peça mais importante do seu vestuário. Quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana, se diz: - Dalto chucar diklô, (Te darei um lindo lenço). Além de trazer saúde, prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos, fazim promessas, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer, fariam uma noite de vigília e depositariam aos seus pés como oferenda, um lenço, o mais bonito que encontrassem. E lá, existem centenas de lenços, como prova que muitas mulheres receberam essa graça.
Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida, é o da fertilidade. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos.Talvez seja esse o motivo das mulheres terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.
Outra lenda diz, que Sara Kali, as três Marias e José Arimatéria, teriam fugido numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado para um mosteiro da antiga Bretanha. A barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margen do Mediterrâneo, que ficou conhecido como Saintes-Maries-de-La-Mer, transformado num grande local de concentração cigana.
O seu dia é comemorado e reverenciado através de uma longa noite de vigília e oração pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de luzes azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança. Cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e do eterno "retorno dos tempos". 
O dia de Santa Sara é comemorado em 24 de maio, e no dia 25 de maio homenageia-se as três Marias. 
Altar de Santa Sara - Altar é tudo o que vem do alto. Sintoniza energias superiores capazes de nos proteger e materializar nosso desejo de comunicação com a divindade. No altar, coloque: toalha branca, rosas amarelas, cesta de pães, frutas, taça de vinho tinto, vela azul clara, um punhado de arroz cru, moedas douradas, incenso de rosas, cristais e uma imagem de Sta Sara.
Os rituais de invocação a Santa Sara devem ser feitos com a mente livre, coração aberto e com a alma plena de amor. Ela é amiga, conselheira e protetora. Faça uma prece pedindo proteção para sua família, ofereç um pedaço de pão e vinho para todos da casa, para que aproteção esteja presente na vida de todos e que os milagres acontecerão. 
Segundo a tradição, quando um milagre é concebido, em sinal de respeito, admiração e gratidão, entrega-se um manto azul claro, em seu altar ou na sua imagem.
Oração de Sta Sara - Tu que és a única Santa cigana no mundo. Tu que sofreste todas as formas de humilhação e preconceito. Tu que fostes jogada no mar, para que morreste de sede e de fome. Tu sabes Santa Sara, o que é a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha dvogada diante de Deus. Que tu me conceda sorte e saúde! Que assim seja!
O manto de Sta Sara - Oferecer um manto a Sta Sara, faz parte do seu culto, em agradecimento a uma graça alcançada, faça um manto e coloque na imagem dela:
- Amarelo e dourado - para qualquer vitória alcançada.
- Azul - para proteção, luz espiritual, poder intuitivo e filhos.
- Branco - paz de espírito, casamento, agradecimentos.
- Lilás - carinho, amor e prosperidade.
- Púrpura - prestígio e vantagens profissionais.
- Rosa - amor, compaixão e maternidade.
- Verde - saúde, bens adquiridos e vitalidade.
Quando Sta Sara morreu, foi feito um manto de ouro, que foi colocado sobre seu corpo quando ela foi devolvida ao mar.    
Oráculo de Sta Sara - O jogo das conchas - Um oráculo para obter respostas de "sim" ou "não". É necessário 12 conchinhas (de praia), sendo 02 auxiliares (de preferência diferenciada das outras), 01 toalha pequena com uma mandala no centro, 01 moeda sobre a toalha e uso de incenso ou velas conforme intuição. Colocar a toalha aberta. Na mão direita, pegar 10 conchinhas, mentalizar a pergunta e desenhar uma estrela de cinco pontas, após esfregar as conchas com as duas mãos e jogar. As conchas que cairem fora da toalha são eliminadas. Se, dentro da mandala, a quantidade de conchas for em nº par, a resposta é "sim", se for nº ímpar, a resposta é "não". Ainda se as conchas estiverem voltadas para cima, indicam facilidade, se estiverem para baixo, dificuldade. As 02 conchinhas auxiliares são usadas para questões relacionada a tempo, representado por meses. Portanto para perguntas sobre tempo, jogar as 12 conchinhas e contar os meses a partir do mês presente.
Ritual de Sta Sara - Indicado para fazer no dia de Sta de Sara. Colocar na imagem de Sta Sara, vários lenços, pequenos e coloridos, dobrados em triângulos, comos e fossem mantos. Energizá-los com orações, pedidos e agradecimentos. Após isso, presentear pessoas queridas. Quem receber, irá fazer um pedido, dar um nó ao meio do lenço e guardar. Quando o pedido for realizado, desfazer o nó e guardá-lo. 
Novena de Sta Sara para gravidez - Para pedir a Sta Sara, a graça de ser mãe e ser atendida, faça essa novena. É simples e poderosa. Compre um lindo lenço, bem colorido, como usam as ciganas, e amarre-o em volta da imagem ou gravura de Sta Sara, pedindo por um bebê. Durante 09 meses, que é o tempo de uma gestação - faça todos os dias a oração de Sta Sara. Segundo a lenda, a graça poderá ser atendida antes mesmo do fim da novena. Quando o bebê nascer, o lenço passará a aser amarrado no berço até a criança completar um ano. Se for menina, em agradecimento, costuma=se dar o nome de Sara, se menino, nomes dos díscipulos de Cristo, podendo ser usados como segundo nome. Boa Sorte!
Poderosa Oração de Sta Sara - "Amada Sta Sara! No silêncio da minha alma, dirijo-me a vós e peço com todo amor que perdoe e mim e aos meus semelhantes que por ventura tenham me causado mal, proposital ou não. Eu os perdôo também, pois sei que é única e verdadeira rainha cigana, que abençoa e ampara a todos, sendo cigano ou não, pois sei que tens muita luz para entender a pequenez humana, e sei que sabe que não somos propriedade de ninguém, inclusive de etnias, sendo um Espírito de muita luz, indo além disso tudo! Qualquer ser humano que se dirija a vós, será abençoado e amparado por vossa luz. Sta Sara nos ampare, abra nossos caminhos espirituais, para que não sejamos vítimas das injustiças e da malidicências. E que não tenhamos inimigos, pois todos nós somo irmãos! E que eu pratique a luz, a devoção a vós, e que nunca aja de forma cruel com meus semelhantes, e que eles não se tornem cruéis, incluindo os que professam a vossa devoção! Pela alegria dos ventos, da lua cheia, do sol que nos ampara, através do fogo divino, pelas águas abençoadas que nos fornece a vida e o alimento pela terra que piso com orgulho de ser sua devota. Recorro a vós pedindo: paz, luz, sorte, saúde, proteção para mim e minha família. Agradeço-te também pela energia de luz que recebo nesse momento em que eu oro e recebo vossa luz que necessito (fazer pedidos). Pelas fitas coloridas, pelas rendas, pelas músicas alegres do povo cigano, dedico essa prece para todos os povos e criaturas da natureza. Que assim seja sempre!"
Oração para realização de seus propósitos- "Salve a natureza! Salve o círculo mágico azul que nos envolve! Eu sou feliz e rica, eu tenho o hoje e o amanhã! Tenho meu futuro pela frente! A saúde tomou conta do meu corpo! Obrigada por tudo de bom que me destes e continua dando. Porque eu posso, eu quero, eu mereço, eu vou conseguir através da luz cigana, dos mentores ciganos, e e realizarei todos os meus sonhos, porque poder é querer, e eu posso. Salve Sta Sara Kali! Que sempre ilumine o meu caminhos afastando os inimigos da minha estrada, que os olhos dele não cheguem até os meus, e que seus passos não cruzem meus caminhos. Que assim seja sempre!E que assim se faça sempre!"
Bênção de Sta Sara - Para que você possa sentir a anergia desta Sta Cigana. Pegue um copo com água filtrada. Esta é uma mentalização para limpeza de seu interior. Uma limpeza no corpo físico e no corpo espiritual. É simples: coloque sua mão direita sobre o copo e repita as evocações:

- Deus Pai, Sta Sara, meu povo cigano, que desça sobre este copo com água, suas energias de anmor, saúde, paz e prosperidade.
- Que Sara Kali, derrame todas as suas bênçãos nesta água, água que é a fonta da vida, é fonte purificadora.
- E ao bebê-la todo o meu corpo físico e meu corpo espiritual sejam purirficados de condensações energéticas negativas, de energias que adoecem a alma e contaminam a mente.
- Que eu seja abençoado(a) e protegido(a) pelo seu amor, minha Sara Kali. Amém!

Beba a água lentamente, sentindo que ela está limpando todo o seu interior. Se você sentir algum desconforto, não se preocupe, pois faz parte dessa limpeza, e será passageiro. 
(Essa benção de Sta Sara foi pessada pela Cigana Isabelita na Rádio Mundial-SP) 
A imagem de Sta Sara fica na cripta da Igreja de Saint Michel, em Saints Marie De La Mer, região da Provença, Sul da França, onde seus ossos foram depositados. O epíteto "Kali", significa "negra!, porque sua tez é escura. Fontes variam se sua canonização aconteceu em 1712. Porém é considerada pela Igreja Católica, Santa de Culto local . Sua imagem é coberta de lenços, seu manto é azul, algumas possuem uma pequena coroa na cabeça, e também é possível encontrá-la em versões branca e negra.  É a protetora da maternidade, dos desesperados, oprimidos e desamparados. Atende todos os pedidos. Assim, todos os anos, na madrugada do dia 24 de maio, milhares de ciganos de todas as regiões da Europa e do Mundo, reunemse na pequena igreja Saint Michel em louvor e homenagem à sua Padroeira. No Brasil, já temos sua imagem, numa gruta ao ar livre, no Parque Garota de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde também são realizadas festas e homenagens à Sta Sara. 
Consagrando a Imagem de Sta Sara - Para consagrar sua imagem, siga seu coração. Pode-se levá-la ao mar e banhá-la, porém nunca afunde a imagem. Pode-se também perfumá-la com lavanda ou outro perfume de sua preferência. Faça um pequeno altar, coloque a imagem, um vaso com 03 rosas brancas (03 Marias) e acenda uma vela azul clara.
A imagem emana uma energia quase mágica, é como um fio condutor de energia que liga o céu e a terra, nos aproximando ainda mais de tudo aquilo que acreditamos.
Música Santa Sara (Wal Hei):
Sempre ao meu lado ela está
com seus mistérios, sua luz.
Santa Sara, Santa Sara,
Minha vida tu conduz.
Somos filhos do vento,
das estrelas, do luar.
Tua voz, meus sentimentos.
Tua força em meu cantar.
Te pedimos pela figa,
pelo brilho dos cristais.
Estrela de cinco pontas,
meu caminho, sigo em paz.
Escureça como a noite o olhar dos inimigos
A ti peço todo dia que abençoe minha tsara
Santa Sara, me acompanhe,
ilumine o meu cantar,
e palavras de carinho
quero a todos ofertar.
E me afasta do orgulho,
da vaidade, ambição.
Sei que herdarei o mundo,
dando a ti meu coração.
Santa Sara, me acompanhe,
ilumine meu pensar,
e palavras de carinho
quero a todos ofertar.
Manjar de Sara Kali - Esse manjar é servido durante a slava de Sta Sara no dia 24 de maio, ou nas festas ciganas em sua reverência.
Ingredientes: 01 garrafinha pequena de leite de côco, 01 xícara de açúcar, fava de baunilha à gosto, 03 colheres de amido de milho, 150gr de côco ralado, ameixas em calda, clara de 03 ovos, raspas limão.
Modo de fazer: Misturo tudo e leve ao fogo brando para cozinhar até que se forme um mingau. Coloque numa fôrma e leve para geladeira até endurecer. Depois desenforme. Bata as claras em neve, acrescentando açúcar, a calda da ameixa e as raspas de limão. cubra o manjar e leve ao fôrno rapidamente para dourar. Pronto para Servir.
Para oferenda, cubra o manjar com pétalas de rosas brancas e leve-o ao mar. Pode ser também recheados de pedidos. Acendas 03 velas, para Sta Sara, Maria Salomé e Maria Jacobé.
Ritual de Sta Sara para o Amor - Santa Sara pode nos trazer amor, proteger os relacionamentos afetivos e favorecer as uniões e alianças sentimentais. Você poderá fazer este ritual para qualquer dificuldade que esteja sendo enfrentada em sua vida amorosa; seja para o fortalecimento de um relacionamento ou até mesmo para o encontrar um verdadeiro amor. Este ritual deverá ser feito durante três dias consecutivos, em fase de Lua Cheia. Procure criar uma corrente de proteção realizando este ritual no mesmo horário, todos os dias. Num prato branco, coloque duas velas azul-claras. Em volta delas, acrescente em forma de círculo um pouco de mel e ao lado não deixe de colocar um vaso com flores amarelas e uma vareta de incenso de rosas. Acenda as velas e o incenso e faça uma oração à Santa Sara mentalizando seus pedidos. As velas e o incenso deverão queimar sem interrupções até o final. As sobras do ritual deverão ser entregues num local onde haja natureza, pode ser num jardim ou praça. 
   
Oração à Sta Sara
Abençoada Senhora
Protetora dos caminhantes, conduza- nos com sua luz na segurança de nossos passos.
Assim como os anjos celestiais a conduziram, rogamos sua proteção em nossos caminhos por esta vida. Senhora Sta Sara, somos todos ciganos em busca de um campo plano e virtuoso onde possamos fincar nossas famílias. Que hoje, nossa alma se alegre e festeje na sua graça e bondade, e todas as cores de céu, enfeitem a nossa vida na certeza de dias claros e serenos. Salve Sta Sara Kali.
Oração Ritualística à Sta Sara
Estrela Azul de D'Arma, pelos sagrados símbolos do triângulo e da cruz, eu (dizer seu nome), nascido(a) no dia (data de nascimento), protegido(a) por Sta Sara, peço ao povo cigano, (mentalizar a energia que o acompanha),que traga para mim (pedidos, nunca pessoas), em nome de Sta Sara e do Mestre dos Mestres, Jesus, o Cristo. Que assim seja para todo o sempre!
Música Sta Sara, com oração de romanês 
Manglimos Katar e Icana Sara Kali.
Tu Ke San Pervo Icana Romli Anelumia.
Tu Ke Biladiato Le Gajie Anassogodi y Guindiças. 

Tu Ke daradiato Le Gajie. Tai Chudiato Anemaria. 
Thie Meres Bi Paiesco Tai Bocotar.

Djenes So Si e Dar, E Bock, Thai O Duck Ano Ilô. 
Thiena Mekes Murre Dusmaia Thie Açal Mandar Thai Thie Bilavelma. 

Thie Aves Murri Dukata Angral O Dhiel
Thie Dhiesma Bar, Sastimôs ,Thai Thie Blagois Murrô Traio 

Thie Dhiel. O Dhiel.


http://ciganafloresdelis.blogspot.com.br

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Bonequinha de Luxo



É, meninas, enquanto buscamos a origem do universo, o macho nordestino já achou o dele.

Bonjú! 


Rodin à moda nordestina

Àquela hora da manhã, a vida desmanchava-se em uma melancolia azul celeste. Meus pés seguiam o asfalto, sem pressa. Eu me esgueirava por entre alguns carros e trabalhadores da construção civil que apareciam nas esquinas. Caminhava, cabisbaixa, pensando na grama que nascia nas frestas das calçadas e nas lágrimas que eu acabara de derramar na sala da psicóloga.

De repente, quando a sola da sandália inaugurava um novo quarteirão, meus olhos encontraram um homem, logo à frente, sentado à beira de um portão. Tinha o rosto oculto pela sombra e o queixo pendendo sobre a mão esquerda, empurrando o cotovelo contra o joelho.

Imaginei que ele também havia sido contagiado pela melancolia azul. Mas o que ela lhe trazia? Estaria pensando também na grama que nascia na fresta das calçadas? Enquanto eu me aproximava, o eclipse ia-se desfazendo de sua face, libertando-a e fazendo-a girar em minha direção. O que eu veria no breve instante em que meus olhos encontrassem os dele? Lágrimas?

Então, eis que ele irrompe da imobilidade, fita-me com lascívia e, meneando a cabeça, expõe a filosofia do macho nordestino:

- Ô, saúde perfeita, mulher!




Por Katiucha de Moraes



sexta-feira, 20 de maio de 2016

Escola Pública








O pequeno príncipe Christian, com só seis anos de idade, já entrou para a história da Dinamarca. Ele é o primeiro herdeiro da Casa Real do país a estudar em uma escola pública.
Localizada na cidade de Copenhague, a instituição de ensino (pública, vale reforçar novamente) é referência em educação de qualidade na Dinamarca. E não é só por lá que isso acontece!
A princesa Ingrid-Alexandra, que é filha dos príncipes herdeiros da Noruega, Haakon e Mette-Marit, também cursa a educação primária, há mais de um ano, em uma escola pública próxima à cidade de Oslo.

Enquanto isso, no Brasil… O ensino público é opção considerada apenas por aqueles que não possuem condições de pagar pela educação. O motivo? Falta qualidade, investimento e atenção com o serviço que (vale sempre lembrar!) é um direito da população. Sabe aquela história de que os filhos dos políticos brasileiros deveriam, por lei, ser obrigados a estudar em instituições de ensino públicas para ver se, assim, os governos melhoram a qualidade do serviço? Você é contra ou favor?

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Desconheço a autoria do texto, mas achei (In)Útil...

Temer promete implementar o programa Mesóclises Para Todos



Enternecido por finalmente desfrutar da regência da Pátria, o ex-vice-presidente Michel Temer resgatou o espírito republicano de discursar na norma culta. “Outrora sob a égide do laquê paralisante / Apaziguei águas turvas sibilantes / Agora que provi a redistribuição dos louros/ Procurar-me-ão os profetas dos bons agouros”, recitou. Em seguida, com o intuito de provar que não abandonará os programas sociais, anunciou a criação do Mesóclise para Todos.

Antes que fosse interrompido por outrem, o ex-vice-presidente apresentou novas propostas: “Em vez de médicos cubanos, importarei 30 mil linguistas lusitanos especialistas em pentâmeros iâmbicos”. Logo depois, vazou um novo áudio no WhatsApp em que promete implementar os programas Minha Trova, Minha Lida e Mais Sinédoques. Para saciar a fome da base aliada, divulgou as matrizes do Bolsa Matilha.

Antes do crepúsculo, Temer apresentou Arnaldo Antunes como redator de seus discursos.

Desconheço a autoria do texto, mas achei interessante...



A política e o preconceito linguístico



A política e o preconceito linguístico
Na última semana, presenciei duas situações em que pessoas (uma delas formada em Letras) associavam a variação linguística a um "baixo nível de exigência" nas escolas. Segundo elas, na escola, principalmente a pública, os professores não ensinariam a "correta" colocação dos pronomes e seria por isso que, em nosso uso, usamos somente a próclise.
Primeiramente, acredito que todos que estiverem aqui lendo devem lembrar da professora de português na escola ensinando a próclise, a ênclise e até a mesóclise. Acredito também que todos lembram que precisaram aprender isso ou, ao menos, decorar. O fato de usarmos a próclise não quer dizer que não tenhamos estudado; pasmem: o português brasileiro é assim.
E o que isso tem a ver com nosso momento político atual? Bom, muita gente tem ódio de Dilma porque ela não falaria o "bom português": falam sobre "presidenta" e, agora, no Globo News, a jornalista foi analisar tudo o que está acontecendo e disse que o presidente em exercício "é um homem muito formal", e "usa mesóclise", deixando subentendida a comparação com Dilma.
Aceitem que a nossa língua é assim. Se não acreditam em mim, procurem o que alguns linguistas, como Marcos Bagno, falam sobre isso. O uso apenas da próclise não é único das camadas populares; todos nós falamos assim no dia-a-dia, mesmo alunos dos melhores colégios particulares do país. Só utilizamos ênclise na escrita e em situações formais. Mesóclise, então, apenas um conservador frio e calculista como Temer para utilizar em pleno 2016 em terras tupiniquins. Como disse uma vez a querida professora Suely Shibao: "língua é prestígio".

Por Alessandra Zager

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Golpe contra Dilma é, de todos, o mais violento.



Não é por improbidade, não é por ter cometido um grave crime de responsabilidade e nem mesmo por ter praticado os deslizes contábeis de que é acusada que a presidente Dilma deve ser deposta hoje por um golpe parlamentar. O que Dilma, Lula, o PT e forças da esquerda vão perder hoje é uma “guerra de facções”,  como diz o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa evocando Alexander Hamilton, um dos pais da Constituição norte-americana que gerou a figura do impeachment como remédio para anomalias extremas do presidencialismo. Adversários de sempre e aliados de ontem,  ressentidos, bandidos e oportunistas,  uniram-se numa poderosa facção majoritária no Congresso para sepultar o ciclo de governistas petistas. “O ciclo do PT tem que acabar”, já bradava Aécio Neves em 2013. 
Hamilton apontava a revanche das facções como o maior inconveniente do impeachment. E aqui está hoje o Brasil, mostrando ao mundo que sabe copiar e deformar criações alheias. Vulgarizamos a criação americana, aplicando-a, em duas décadas, a dois dos quatro presidentes eleitos depois da ditadura. Lá, onde foi criado, o impeachment foi brandido contra presidentes como chicote de censura mas nunca foi aplicado.
A facção agora formada reuniu todo o arco partidário, exceto PT, PDT, PC do B e PSOL, para dar cabo dos governos petistas. Não porque estivessem realizando uma revolução de caráter classista ameaçador aos interesses das elites de sempre.  Nele entrou até o PSB, que agora resolve não entrar no Governo Temer. Mas fez o pior.  Sob Lula, com mais perfeição, tivemos governos conciliadores que,  embora mantendo castas e privilégios, olharam para a grande planície dos despossuídos, dos mais pobres e esquecidos.  “Com a ascensão dos mais humildes todos ganham. Ganha o pobre, ganha o rico, ganham as empresas”,  dizia Lula durante seu governo. Mas isso já não bastava.  Quando Dilma ganhou novamente em 2014,  ele voltou a pregar a conciliação de classes dizendo num vídeo postado no dia seguinte:  "Mais generosidade e menos preconceito vai fazer um bem imenso ao País. Se você tem preconceito, abra seu coração”. Mas naquela altura, o demônio da intolerância, o “chega de PT” já começava a dominar corações e mentes.  Já se pregava impeachment antes da segunda posse de Dilma. Erros e desacertos cometidos pelo PT foram usados como justificativa mas com a exaltação desproporcional típica dos pretextos nas declarações de guerra. A crítica e a oposição foram se transfigurando em ódio e preconceito. Ainda no governo Lula, tive o primeiro lampejo disso ao participar de um debate em que um cientista política advertia para o perigo da chegada do “governo dos plebeus”. “Eles sujam as paredes dos palácios e pisam com pés sujos nos tapetes        “, dizia o intelectual.
Antes de Lula, filho da classe trabalhadora, foi Getúlio, filho da burguesia agrária,  o outro presidente que tentou conciliar os interesses de classe, garantindo a primeira cesta de direitos aos trabalhadores,  sem nada tirar do alto da pirâmide. Muito pelo contrário, criando as condições para que florescesse no país, -   primeiro com a Revolução de 1930 e depois como ciclo industrializante aberto com sua volta em 1950 -  sobrepujando o velho coronelismo agrário, uma   burguesia urbana e industrial. Mas esta mesma elite não queria ser moderna e civilizada, e muito menos compartilhar o progresso.  Seus agentes políticos tentaram o impeachment de Getúlio em 1954 (por supostos crimes de gestão, como agora), e não conseguindo aprová-lo, desencadearam a tempestade de acusações que o levaram ao suicídio. A comoção da morte barrou o retrocesso mas ele veio dez anos depois com o golpe de 64, após o suspiro desenvolvimentista do governo JK. Goulart foi acossado, tentaram impedir sua posse, Brizola garantiu a legalidade em sua trincheira armada. Depois, dispensaram a violência institucional e partiram o golpe então clássico,  o dos quartéis, mergulhando o país na ditadura.
Dilma vem sendo acossada com um grau de violência talvez só dedicado a Getúlio. A Lula, garantiu-se a indulgência reservada a coisas passageiras. Um ex-operário que vira fenômeno político, insiste em ser presidente e um dia chega lá. E chegando, será até bom que governe por quatro anos, para dizer ao mundo que neste país dos trópicos existe uma democracia com alguma permeabilidade no acesso ao poder político. Mas não. O homem se reelege, elege a sucessora e ela consegue reeleger-se numa campanha em que a guerra de facções já estava declarada. A violência contra Dilma foi maior porque incluiu a misoginia política, o horror patriarcal ao governo de mulheres. Num estádio lotado, em plena Copa do Mundo,  a massa com a mente mandou a presidente “tomar no c”. O mesmo fez um artista de segunda categoria como Fábio Júnior num show em Nova York.
A violência foi maior contra Dilma porque na aliança das facções que moveram a guerra entrou uma mídia avassaladoramente mais poderosa do que em outros tempos, que acumulou poder durante a ditadura e o multiplicou com a revolução  tecnológica. E até os governistas petistas ajudaram nesta obra. Nunca os meios de comunicação usaram de forma tão esmagadora seu poder contra um governante. A violência contra Dilma foi maior porque transcorreu numa fase de putrefação do sistema político, levando as disputas para um Judiciário, que ao  invés de arbitrar, homologou o linchamento. E antes, permitiu que a Operação Lava Jato, promessa de “limpeza completa” na orgia entre políticos, empresários e tetas do Estado, se transformasse em instrumento político da facção caçadora, arrancando delações, selecionando vazamentos, atropelando garantias.
Foi mais desavergonhada a violência do golpe contra Dilma porque perpetrada neste tempo em que os políticos perderam completamente a vergonha e aquele verniz que costumamos chamar de caráter. Nunca um governante foi tão sordidamente traído por aqueles que se lambuzaram com o poder compartilhado, pelos que adularam para morder e sugar, antes de trair.  Ao ponto de um ministro deixar o cargo e correr para o plenário da Câmara para votar a favor do impeachment naquela assembleia vergonhosa da noite de 17 de abril. O emblema da traição, na História, será a sigla PMDB.
Foi sob a batuta de Eduardo Cunha,  autorizados por Michel Temer e tangidos pelo PMDB,  que ressentidos, bandidos e oportunistas uniram-se ao longo do processo e naquela noite para acertar contas com Dilma. Ela certamente não lhes dava tapinhas nas costas nem com eles trocava piadas. Tentou governar de modo litúrgico, embora entregando-lhes  cada vez maiores nacos de poder. Mas eles precisavam encerrar o ciclo petista e defenestrar a mulher que ousou chegar à Presidência e, no cargo, os olhou de frente, com aquela altivez insuportável, dizendo sempre o que pensava.
Por que não a acusaram de outros crimes, por que não tentaram fazer o impeachment com base nas revelações da Lava Jato, onde o PT e os partidos com quem dividiu o poder conquistado em 2002 boiaram na mesma lama? A pergunta foi feita recentemente por Joaquim Barbosa numa postagem em rede social. “Descubra você mesmo “, dizia ele. Eduardo Cunha, ao aceitar o pedido de impeachment, excluiu acusações que poderiam arrastar boa parte dos caçadores. Acolheu apenas as duas acusações por crimes pelos quais apenas ela poderia responder: pedaladas e decretos. Se entrasse, por exemplo, a compra de Pasadena, outros agentes entrariam na roda. Inclusive do PMDB.  E assim, recortando acusações,  torcendo leis, distorcendo fatos, destroncando princípios constitucionais e garantias, escreveu-se a trama que hoje terá seu penúltimo e mais dramático capítulo, o do afastamento do cargo.
Será mais violento o golpe contra Dilma porque foi construído com sofisticação, revestido de legalidade, de constitucionalidade, num agônico rito legitimado pelo STF. Porque envolvido neste véu que pode enganar os contemporâneos mas não iludirá a História, que não tem apenas olhos de ver.
Muitos erros cometeram o PT, Lula, Dilma e aliados, contribuindo para o desenlace. Falar deles agora seria escárnio e mais crueldade.  O maior deles maior deles foi acreditar em governos de coalizão. Mas como governar num sistema que permite a Lula obter 61% dos votos e apenas 17% das cadeiras na Câmara? Com este sistema e por este caminho, que aprenda a esquerda, não adianta tentar de novo. A partida chega ao fim mas não será o Game Over.

TERESA CRUVINEL



Colunista do 247, Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalista política 

Telhado de Vidro



Todas as pessoas cometem ERROS na vida mas, isso não significa que temos que pagar por eles pelo resto dela...

Às vezes BOAS pessoas, fazem MÁS escolhas e isso não as qualifica como MÁS PESSOAS...
Mostra apenas quão HUMANAS elas são.

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Sobre o que estão falando sobre a Nossa Presidenta na votação lá no Senado.
Estão a tratando como se ela fosse um lixo! O que é isso? Que falta de humanidade ! Estou me sentindo envergonhada! 
Somos seres humanos, não somos perfeitos! 

Aprendi com o Cel Raphael, Ex-Comandante do Colégio Militar do Rio de Janeiro, que todos nós temos "Telhado de Vidro" 

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Telhado de vidro

Todas as pessoas cometem ERROS na vida mas, isso não significa que temos que pagar por eles pelo resto dela...

Às vezes BOAS pessoas, fazem MÁS escolhas e isso não as qualifica como MÁS PESSOAS...
Mostra apenas quão HUMANAS elas são.


Tenham mais AMOR no coração ! 

Desculpa pelo desabafo!

domingo, 8 de maio de 2016

Dia das mães ...

Dia das mães me faz pensar como o conceito de familia mudou nesses ultimos cem anos. E com essas
mudanças também o conceito de maternidade. Crianças nascem de duas pessoas que não serão aquelas presentes na vida delas.
Minha homenagem hoje vai para os casais de pais adotivos heteros ou homosexuais que escolheram amar uma criança. Para os pais que são mães. O importante é amar. 
Minha homenagem para as mães sociais nos abrigos que se dedicam a crianças abandonadas e traumatizadas.
Somos mães da humanidade. O amor não pode ser exclusivo e egoista só para os seus.

Feliz Dia das Mães!💝🎀💝🎀💝🎀💝

Guarde este nome : Claudia Lins